A maternidade na juventude


Meninas estão deixando de brincar com bonecas para cuidarem de seus filhos. Essa realidade vem aumentando 5% ao ano, segundo apontam pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A gravidez precoce transforma a vida da adolescente que, nessa idade, começaria a entrar na fase adulta, mas que ainda não está preparada para tal responsabilidade.
A sexualidade é cada vez mais explorada. A erotização do corpo incentiva o consumismo, o que tem gerado uma banalização do desejo. O anseio pelo prazer faz com que algumas crianças já tenham relações sexuais aos 10 anos de idade.
Apesar de tantos apelos na mídia em relação ao sexo, a falta de informação é um dos indicativos do aumento dos números de gravidez entre crianças e adolescentes. A última Pesquisa Nacional em Demografia e Saúde da Criança e da Mulher, realizada em 2006, apontou que a falta de escolaridade continua como um diferencial importante. As mulheres sem instrução apresentaram uma taxa de fecundidade 3 vezes maior do que aquelas com escolaridade mínima de 9 anos, o que evidencia a importância da educação e da classe social para a prevenção da gravidez precoce.
Esse momento em que a jovem começa a entrar na fase reprodutiva da vida é caracterizado por mudanças e descobertas. O corpo sofre transformações fisiológicas e o psicológico também está em processo de amadurecimento. Por se tratar de uma etapa de mudanças, uma gravidez gera grande abalo, e a garota necessita de atenção redobrada para lidar com a situação.
Uma gravidez indesejada ou inesperada pode transformar a vida da adolescente que não havia planejado se tornar mãe. Sem orientações, os casos de morbimortalidade materna e perinatal - morte causada por problemas diversos relacionados à gravidez - podem aumentar. Para a prevenção da vida, é essencial que toda a gestação seja acompanhada por médicos e, além disso, realizados os exames para diminuir os riscos que podem aparecer devido às mudanças inerentes a essa faixa etária. O diálogo entre pais, filhos, professores, orientadores é, sem dúvida nenhuma, indispensável para o bom desenvolvimento e encaminhamento dos jovens para que a gravidez não seja um problema, e sim uma questão permeada por um sentimento humanístico que essa questão requer.

1 comentários:

Adriano Rangel disse...

Enquanto meninas (e, por que não, meninos, afinal de contas, não apenas sob o ponto de vista fisiológico, a gravidez é fruto da relação de um casal, não apenas da mulher) aparecem grávidas na sala de aula, os professores insistem em reproduzir os seus conteúdos atrasados e desconexos com a vida dos estudantes, que, além da gravidez precoce, sofrem com outros tantos problemas socais. A escola acha que não tem culpa, empurrando, na maioria das vezes, o problema para a família, que, por sua vez, também foi condenada a uma educação precária, isso quando teve acesso a ela.

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