Reformas na cidade

         Acho que depois que reformaram as calçadas esqueceram de colocar os orelhões de volta aos seus lugares. E eu só fui perceber isso depois que fiquei um dia sem meu celular.
Combinei com o Adriano de me encontrar no primeiro ponto da Avenida Paulista, mas como ele se atrasou (o que não costuma acontecer) fiquei em dúvida se estava no lugar certo. Decidi ligar e perguntar se já estava chegando e se vinha naquele ponto mesmo.
Olhei ao meu redor e não vi nenhum orelhão. Atravessei a avenida na esperança de achar algum, afinal em um lugar com tanta gente, tantos serviços, tinha que ter um telefone público por perto. Que nada!
Fiquei me questionando se é uma adaptação da cidade, já que a maioria das pessoas tem telefone celular e não usam mais os públicos, decidiram descartá-los. Ou será que é diante dessa dificuldade de encontrar um orelhão que todo mundo acha necessário ter um aparelho móvel?
Segundo dados da Telefônica: “em São Paulo você encontra o maior número de telefones públicos por habitante. São seis aparelhos para cada grupo de mil”.
Contudo, ao mesmo tempo a Anatel divulgou que São Paulo é um dos estados que tem mais de um celular por pessoa. Era mais fácil ter pedido um aparelho emprestado.
De tanto que meus olhos procuraram, vi que lá na curva, onde os ônibus viram para chegar no Hospital das Clínicas, tinha um orelhão. Mas o lugar era tão escuro e vazio que fiquei por mais alguns minutos, até que o Adriano chegou, sem saber se estava no lugar certo.
Com tantas coisas que consumimos, tenho que ficar atenta às adaptações da cidade. Do jeito que o número de venda de automóveis vem batendo recorde, é perigoso um dia não passar no ponto o transporte público.

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